Para quem passa pelo 'Café Roubado' o nome Profusions está longe do desconhecido. Por isso levem isto como um pequeno lembrete e não se esqueçam de concorrer no passatempo que lancei... o prémio é o ousado "Paradigma".

E COM QUE RAZÕES SE fundamenta este destaque? Falamos pois do lançamento a um público suficientemente abrangente da banda que se fundou a partir das raízes que André Afonso e seus ilustres convidados foram semeando. Nessa altura - em meados de 2004, o guitarrista referido criou assim o seu projecto; na altura dado a conhecer no singular: "Profusion". A necessidade de acompanhantes sugeriu as visitas musicais de amigos seus e tudo resultou num "Place Of My Angel" e mais tarde nuns Profusions.
AS ALTERAÇÕES DE PESSOAL INTEGRANTE do projecto foram notando-se ao longo dos tempos: como aliás se costuma reparar no processo de construção de uma banda de atitude e punho firme. Hoje, os «tocadores», sem referir o nome do André - guitarrista líder, chamam-se Miguel "Xisto" - no processo de vocalização das canções; Humberto Silva, o baixista; Maria Henriques, a baterista e Luís "Brasa" com o papel rítmico das cordas. Os arranjos estiveram a cargo do agora famoso AA (vamos baptizá-lo assim) assim como a maior parte das letras, porque Xisto também participou na escrita.
"PARADIGMA" É A ESTREIA DA banda em estado seguro: «de pés acentes no chão»; como muito por aí se ouve dizer. Uma maqueta; um pequeno objecto - uma demo levada ao fundo do seu significado literal - em formato livro e áudio, agora tornando a expressão num sentido mais figurado (não há páginas nenhumas que ler fisicamente). Numa capa fina de plástico das que se usam para guardar DVD's, e a comemorar mais de 100 volumes vendidos e/ou entregados sob outros motivos, pintada de um grafismo a cores do pôr-do-sol (excelente, diga-se, muito melhor do que a que estamos habituados com as do metal no geral e criada por Humberto Silva) cheia de significados, está guardado um pequeno tesouro - ou nem tanto. Depende sempre do nosso estado de espírito, do tempo que faz e eu recomendo alguma chuva.
SÃO SEIS MÚSICAS QUE NÃO escapam a uma inserção assumida ao que chamamos de rock; e cuja emoção com que são interpretadas nos remete ao metal: progressivo porque nunca chega a atingir os desígnios mais extremos ou relacionados com sonoridades mais pesadas. Não são temas leves, mas também não muito difíceis de digerir: o sentimento encontra-se perfeitamente encarnado - com tanta força que chega a atingir características determinantemente próprias e tornando o seu género igualmente algo alternativo.
DE ONDE VEM TANTA EXPRESSIVIDADE? Talvez valha mais começarmos por uma descrição de todo o som que nos é apresentado ao longo de dois capítulos (tal como chamaram às duas fases do disco: primeiro quatro temas ainda frescos no que toca à sua gravação e a seguir mais dois, estes registados noutras datas ). O segredo, em termos auditivos encontra-se provavelmente na fase de produção - esta por AA e Luís Justino (e a variação entre o Capítulo I e o II, de produção então dividida respectivamente pela dupla gera uma aguçada variação). É raro haver maquetas tão bem conseguidas a nível de pormenores: não se nota nem uma falha; nem uma chuva. E a seguir a resposta chega a não ser tão oculta, basta ouvir um pouco para entender que a razão de todo o sentimentalismo se deve à melancolia (mais melancolia e dramatismo que outra coisa) que Xisto com tanto mérito alcança - e que pode por isso mesmo cansar o ouvinte em momentos de maior indisposição. A utilização de «each others» é um pouco repetitiva e a minha mente mesquinha não deixou em branco este pequeno percalço que muito provavelmente não passará de coincidência, para além do discurso inserido como interlúdio em "Immortal Soul" - a repetição de «fuckin'», ainda que proclamada por convidados da banda, é extremamente desagradável. Esquecendo essas banalidades, há que dar destaque aos fantásticos solos da guitarra de AA (acompanhado por Brasa) - daqueles qual a lembrança recai exactamente nos grupos de outras décadas que tanto moveram legiões: um profissionalismo que promete sucesso. Ainda falando da acústica, reporto que a percussão é o que demais smooth há - isto em termos fotográficos: desfocado. É o que nos recorda que eles afinal de contas gravaram "Utopia", "Away With You" ou "Nothing Is Fair", entre tudo o resto num estúdio. Reconfortante, realmente reconfortante é o piano que abre o disco e tudo o que de clássico o ilustra e detalha, como violinos ou violoncelos.

Nota: A formatação do texto das críticas do 'Café Roubado' foi remodelado. Devido às suas longas extensões e até a motivos gráficos e de carácter apelativo, as primeiras cinco palavras de cada parágrafo foram destacadas em negrito e letras maiúsculas.



«Boa sorte p'ró futuro!» e bem-haja, meus caros.


:Profusions - "Paradigma"/Maqueta (2006)


Chapter One
1. "Follow The World (Intro)"
2. "Utopia"
3. "Away With You"
4. "Vanish Traitor"
Chapter Two
5. "Immortal Soul"
6. "Nothing Is Fair"
7. [Desfecho]


»Profusions & As 5 Dúvidas Existenciais.
»Novidades: "Paradigma" - Profusions.

Quatro faixas de "Paradigma".

7€, aqui ou para aqui, de graça 'se...'.

Rock Alternativo / Metal Progressivo
http://www.myspace.com/profusions
profusions.band@gmail.com